INSTITUTO
WALTER LESER
Saúde coletiva & cidadania
Saúde do Trabalhador
22 de abril de 2023
No dia 28 de abril de 1969, uma explosão numa mina em Virginia-EUA matou 78 mineiros. O verbete da wikipedia traz uma cronologia das ações de resgate, que só terminariam quase dez anos depois, e com o resgate dos corpos de apenas 59 dos 78 mortos. Não há uma conclusão a respeito das causas da explosão, que provocou grandes mudanças na legislação estadunidense para exploração de minas. Em 2003, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) instituiu a data como o Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho, em memória às vítimas de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho. No Brasil faz o mesmo dois anos depois, em 2005, com o nome "Dia Mundial em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças no Trabalho".
TRAGÉDIA QUE ORIGINOU
A DATA MATOU 78 TRABALHADORES NOS EUA
O evento debate o tema “Panorama da Saúde do Trabalhador: Desafios para a Reconstrução” e acontece na tarde da próxima sexta-feira, dia 28 de abril, em homenagem ao Dia Mundial em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças no Trabalho, com transmissão ao vivo no canal da Fundacentro no YouTube. Parte da Campanha Nacional de Prevenção de Acidentes do Trabalho (Canpat), irá oficializar a posse do médico Pedro Tourinho de Siqueira como presidente da Fundacentro. Além do ministro Luiz Marinho, Tourinho receberá representantes de sindicatos, do Ministério Público do Trabalho (MPT), do Fórum Acidentes do Trabalho (Fórum AT); da Frente Ampla em Defesa da Saúde dos Trabalhadores, da Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT), do Instituto Walter Leser da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (IWL/FESPSP) e do Departamento Intersindical de Estudos e Pesquisas de Saúde e dos Ambientes de Trabalho (Diesat).
Em memória às vítimas de acidentes e doenças do trabalho
Fundacentro reúne em sua sede, em São Paulo, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, com sindicalistas, pesquisadores e trabalhadores para discutir os desafios da reconstrução
Nos últimos dez anos, de 2012 a 2022, quase 25 mil trabalhadores não voltaram para casa. Número assustador, mas infelizmente muito aquém da realidade segundo os pesquisadores e profissionais que atuam no mundo do trabalho. "Ele se refere apenas aos casos de morte de trabalhadores com contratados pela CLT, hoje minoria", alerta a médica Maria Maeno, pesquisadora da Fundacentro e coordenadora do GT Saúde do Trabalhador do IWL/FESPSP.
Maria lembra também que os bancos de dados oficiais de saúde do trabalho são alimentados pelos empregadores, que sistematicamente ocultam ou mascaram os casos.
Nomeado presidente da Fundacentro em março, Tourinho recebeu a Fundação
esvaziada pelo governo anterior e o setor, com as ferramentas de proteção anuladas ou destruídas. Seu objetivo, neste encontro, é unir autoridades, sindicatos, centrais sindicais e universidades e conseguir apoio para implantar medidas de reconstrução destas ferramentas e criar um pacto em prol da saúde e segurança da classe trabalhadora.
O IWL-FESPSP participa na organização e leva para a mesa de debates, a proposta de política pública para o setor, o Sinastt, Sistema Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora, que a exemplo do Sistema de Segurança Alimentar e Nutricional, pode garantir base sustentável e resiliente a trocas de governo. Para saber mais sobre a proposta, acesse e acompanhe o Mural do Sinastt